sexta-feira, 2 de maio de 2014

Um mundo cheio de nadas


Não sei se sou a única. Mas sempre que alguém morre fico extremamente pensativa. Penso em tudo. Em tudo mesmo e torno-me numa maníaca do pensamento. Analiso todos os meus passos. As pessoas que deixei para trás, as que tenho a meu lado e aquelas que entraram agora na minha vida. Penso ao ponto de conseguir dissecar momentos da minha vida dos quais achava que já nem sequer me lembrava.
Não sou amiga da morte. Não tenho propriamente medo dela. Mas tenho-lhe muito respeito. Imenso respeito aliás. E fico sempre a pensar o que passa pela cabeça de uma pessoa para acabar com a sua própria vida. Acabo sempre por me sentir chateada, revoltada e magoada porque quem escolhe tirar a sua própria vida são sempre as pessoas que aparentam ser mais animadas, confiantes e bem-dispostas.
Não estou aqui a tirar coelhos da cartola. Infelizmente, já tive uma situação assim na minha vida e, como é óbvio, não o desejo a ninguém. Por mais tempo que passe continuo a remoer nas mesma dúvidas e nos mesmos “e se’s…” que parecem ser intermináveis.
De cada vez que uma pessoa bonita, saudável e alegre acaba com a sua própria vida eu volto a pensar e a pensar. E claro, lembro-me de ti amigo.
É tão estupido as pessoas só se lembrarem que gostam das outras quando as perdem. Depois de morrerem, subitamente, as pessoas passam a ser santos. Seres adoráveis que merecem a nossa admiração eterna. E é mesmo assim. É assim que a nossa sociedade pensa, vive e se alimenta. Vivemos num mundo cheio de nadas onde só somos lembrados e amados depois de partirmos para bem longe, para um local onde esperamos receber um pouco mais de carinho e de amor.
Por isso, se gostam de alguém não se contentem com a certeza indefinida de que essa pessoa sabe o quanto gostam dela, o quanto a admiram e o quanto precisam dela na vossa vida. Às vezes as pessoas estão tão perdidas que um simples “obrigada por existires” pode ser a sua chave de salvação. 

2 comentários:

  1. Quando via esta imagem que escolheste hoje para o teu post lembrei me logo do nosso colega de curso, esta imagem ficou me associada a ele e nunca me vou esquecer dele e da imagem, marcou me imenso como ele fez e por ser tão novo e cheio de vida. não dá para entender as razoes. Infelizmente um familiar muito próximo de mim também cometeu este acto e nunca consigo e conseguirei perceber o Porque? será o caminho certo, não acho porque existe imensas ajudas e colocar fim à vida nunca é solução para os nossos problemas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Maria :)
      Foi mesmo por isso... Não sabia que imagem colocar e depois lembrei-me desta que passou a ser a imagem de todos nós. Achei que fazia sentido.
      Não são situações fáceis... nada mesmo :/

      Eliminar

Não te esqueças de deixar o teu comentário. Todas as opiniões são muito importantes para mim. Obrigada :)